domingo, 16 de maio de 2010

Carrosel Holandês 2

Como falei no primeiro post sobre o tema, estou lendo o livro "As melhores seleções estrangeiras de todos o tempos" do jornalista Mauro Beting. Do livro, pinçei a parte sobre a Holanda de 1974 para falar aqui. No post anterior falei sobre o sistema defensivo e marcação.

Na parte da criação e ataque, a Laranja Mecância também trouxe inovações. Primeiro tivemos os laterais que se tornaram atacantes, os atuais alas. A sua primeira função ainda era marca, individualmente, os atacantes . Porém, quando a Holanda tinha a posse de bola, eles se mandavam.

Outra característica importante daquele time - e que gosto demais nos times de hoje - é que todos os volantes sabiam jogar. Na verdade eram meias de origem. Assim, a Holanda tinha excelentes saída e toque de bola. Todos no meio sabiam jogar e passar. Assim, nascia outra característica, a circulação da bola. Por meio do passe, a Holanda mantinha a posse de bola.

Todos os jogadores se deslocavam constantemente, buscando os espaços vazios e dando opção para quem estava com a bola. Assim aconteciam as ultrapassagens e as triangulações. Isto já era a criação da Hungria de 54. E no Brasil só chegou com o treinador Coutinho na Copa de 78 (ele chamava de Overlaping e/ou Ponto Futuro).

Além disso, tudo era feito com velocidade, principalmente a transição da defesa para o ataque. Foi esta dinâmica de jogo, com velocidade, deslocamentos constantes, troca de posições e circulação da bola que deu o apelido de Carrosel Holandes àquela seleção.

Como o sistema era 4-3-3, o ataque jogava com dois pontas abertos - Rep e Rosembrink. O atacante centralizado era Cruyff que recuava e armava enquanto os pontas entravam em diagonal, dando espaço para a chegada dos alas. Fora que o meia Neskens chegava muito na área.

Assim, a Holanda marcava forte, ocupava espaços e quando tinha a posse de bola, imprimia velocidade e chegava na frente com muita gente. Era a Laranja Mecânica que impressionou o mundo.

Claro que para ter este jogo tão dinâmico, a Holanda teve de ter uma geração sensacional de jogadores de qualidade, com consciência tática, competitividade e disposição - ou como se fala hoje "com entrega".

Esta era a Holanda de 74 e seu jogo que mudou o futebol daquele começo dos anos 70 e, até hoje, influencia tanto o futebol moderno.

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