A pedido do meu colega de faculdade e amigo Leonardo, aqui vai a divisão das cotas de TV no Futebol Brasileiro, nas Série A e B.
A Série A tem um contrato que gera líquido para os clubes R$ 410 milhões/ano. A Série B gera líquidos R$ 16 milhões/ano. Quando falo em líquido é porque há ainda o pagamento de passagens, estadias e taxas de arbitragem e doping.
Para efeito de comparação, por ano e já convertidos em Reais, a Turquia (sétimo no ranking de valor de cotas da Europa)paga R$ 675 milhões, a França R$ 1 544 (Hum Bilhão e Quinhentos e Quarenta e Quatro Milhões) e a Inglaterra R$ 1 688 ( Hum bi e ...).
O pior para a Série B é que o seu contrato com a Globo foi negociado diretamente com a CBF e tem validade de 6 anos. No momento há uma aproximação do Clube dos 13 com os times da Série B que já foram convocados para uma nova reunião no próximo dia 31.
Dos 410 milhões da Série A, R$ 300 milhões são oriundos das TVs aberta e fechada. Os outros R$ 110 milhões vem da venda dos pacotes de Pay-Per-View. A divisão de cada valor é diferente. O dinheiro do PPV obedece um ranking das torcidas, de acordo com a compra de pacotes e a maior parte (os 400 milhões)são distribuidos por faixas determinadas pelo clube dos 13.
As faixas para dividir os valores da TV aberta e fechada são as seguintes:
1-Flamengo, Corinthians, São Paulo, Vasco e Palmeiras R$ 21 milhões;
2-Santos R$ 18 milhões;
3-Inter, Grêmio, Cruzeiro e Atlético-MG R$ 15 milhões;
4-Atlético-PR, Coritiba, Sport, Vitória, Bahia, Portuguesa, Guarani e Goiás R$ 11 milhões.
Quando o time cai para a segunda divisão passa a receber a metade, o que acontece com o Sport e o Coritiba em 2010. Bahia, Portuguesa e Guarani que já estão fora da Série A há mais tempo recebem menos ainda. Em 2009, por exemplo, o Bahia recebeu R$ 3450 e o Guarani R$ 3300.
Em relação ao PPV, como há um ranking de torcidas determinado pela Globosat, o Flamengo é o que recebe mais - R$ 15 milhões por ano. O Palmeiras, por exemplo, recebe R$ 9 milhões por ano. As menores cotas de PPV são de times como Bahia, Goiás, Coritiba que recebem R$ 1 650 por ano. Vejam que em relação ao PPV, os times da B - que fazem parte do Clube dos 13 - entram no ranking de torcidas junto com a A.
A Série B recebe um pacote que soma valores da TV aberta e fechada e PPV e tem uma divisão igualitária entre os clubes. Assim o Náutico ganha igual ao Icasa (o que já me parece um erro e uma contradição).
Na B cada clube recebe R$ 800 mil (Oitocentos Mil Reais) por ano. Então os clubes que pertencem ao Clube dos 13 tem uma vantagem grande sobre os demais. O Sport, por exemplo, vai receber R$ 5,5 milhões pela TV aberta e fechada, R$ 1.650 pelo PPV e mais a cota dos clube da Série B. Sendo assim, Sport vai receber quase R$ 8 milhões, 10 vêzes mais que os clubes da B que não pertencem ao Clube dos 13.
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Nossa wilson, muito bom esse post. Como vc mesmo disse, fazer ou não fazer parte do clube dos 13 faz uma diferença enorme na série B.
ResponderExcluirAgora o que me deixa encabulado é uma economia do tamanho da brasileira, com o futebol tendo uma dantesca importancia cultural ( e consequentemente economica) não conseguir cotas de TV que se aproximem das pagas na Europa.
Por outro lado, outro dia li algo sobre o patrocinio do Boca Juniors pago pela LG para a temporada 2010,U$ 2.500.000,00/Ano, o que é muito pouco para uma marca como a do Boca.Imagino como deve ser essas cotas de TV na Argentina.
Outra observação, não vejo justificativa para as duplas Grêmio e Internacional e Atlético e Cruzeiro receberem menos que o Santos, não vejo mesmo.
ResponderExcluirWilson,
quanto recebem Avaí,Atlético-GO e Grêmio Prudente?
Wilson, eu sempre achei que até 1986 não havia muita diferença econômica e administrativa entre Vila Nova e Goiás, única coisa que diferenciava os dois era um apaixonado que cuidava do Goiás como um patrimônio seu.
ResponderExcluirA partir de 1987 essa diferença cresceu muito por conta da receita proveniente das cotas de tv.
Sempre falaram que o Goiás é um clube organizado, com uma baita estrutura física, uma das melhores do Brasil.
Com os acontecimentos recentes envolvendo o Raimundo Queiroz eu vejo de outra maneira, é um clube desorganizado, sem fiscalização eficiente do conselho, sem alguém que saiba gerenciar o futebol e que vive de indicações de treinadores.
Sobre estrutura física acho que isso não ganha campeonato, tem que ter elenco capacitado para isso.
Te pergunto, a diferença entre Vila Nova e Goiás está só na receita financeira, ou tem algo a mais?
Só para você saber fui aluno seu no Objetivo e recentemente te mandei um e-mail, desde 1980 estou nesse vício chamado Vila Nova.
Algum dia seremos um time grande de série "a" ou nossa posição geográfica não vai permitir isso?
Willian D. Naves,
Leonardo, não tenho os números oficiais, mas o que apurei foi isto
ResponderExcluirAtlético-Go R$ 3 400 / ano
Avaí R$ 6 000/ano
Willian é prazer saber que vc foi meu aluno. Bom a diferença cresceu muito a partir da entrada do Goiás no Clube dos 13. Mas não é só isso eles também foram mais competentes ao longo dos anos. Sempre se achou que o Hailé fazia a diferença pelo dinheiro, mas hoje percebemos que a diferença estava na soma do dinheiro com a competência para lidar com futebol. E ele é do ramo.
ResponderExcluirHoje o Goiás já não é o mesmo porque o futebol ficou um negócio muito grande até mesmo para o Hailé. Além disso, há alguns anos o Goiás não tem dirigentes que entendam tão bem de futebol, por isso o bom técnico Hélio dos Anjos, por exemplo, tinha tanto poder.
O Goiás hoje é um time inflacionado, inchado e que vai ser difícil de arrumar.