domingo, 23 de maio de 2010

As cotas da TV - Série A e B

A pedido do meu colega de faculdade e amigo Leonardo, aqui vai a divisão das cotas de TV no Futebol Brasileiro, nas Série A e B.

A Série A tem um contrato que gera líquido para os clubes R$ 410 milhões/ano. A Série B gera líquidos R$ 16 milhões/ano. Quando falo em líquido é porque há ainda o pagamento de passagens, estadias e taxas de arbitragem e doping.

Para efeito de comparação, por ano e já convertidos em Reais, a Turquia (sétimo no ranking de valor de cotas da Europa)paga R$ 675 milhões, a França R$ 1 544 (Hum Bilhão e Quinhentos e Quarenta e Quatro Milhões) e a Inglaterra R$ 1 688 ( Hum bi e ...).

O pior para a Série B é que o seu contrato com a Globo foi negociado diretamente com a CBF e tem validade de 6 anos. No momento há uma aproximação do Clube dos 13 com os times da Série B que já foram convocados para uma nova reunião no próximo dia 31.

Dos 410 milhões da Série A, R$ 300 milhões são oriundos das TVs aberta e fechada. Os outros R$ 110 milhões vem da venda dos pacotes de Pay-Per-View. A divisão de cada valor é diferente. O dinheiro do PPV obedece um ranking das torcidas, de acordo com a compra de pacotes e a maior parte (os 400 milhões)são distribuidos por faixas determinadas pelo clube dos 13.

As faixas para dividir os valores da TV aberta e fechada são as seguintes:
1-Flamengo, Corinthians, São Paulo, Vasco e Palmeiras R$ 21 milhões;
2-Santos R$ 18 milhões;
3-Inter, Grêmio, Cruzeiro e Atlético-MG R$ 15 milhões;
4-Atlético-PR, Coritiba, Sport, Vitória, Bahia, Portuguesa, Guarani e Goiás R$ 11 milhões.

Quando o time cai para a segunda divisão passa a receber a metade, o que acontece com o Sport e o Coritiba em 2010. Bahia, Portuguesa e Guarani que já estão fora da Série A há mais tempo recebem menos ainda. Em 2009, por exemplo, o Bahia recebeu R$ 3450 e o Guarani R$ 3300.

Em relação ao PPV, como há um ranking de torcidas determinado pela Globosat, o Flamengo é o que recebe mais - R$ 15 milhões por ano. O Palmeiras, por exemplo, recebe R$ 9 milhões por ano. As menores cotas de PPV são de times como Bahia, Goiás, Coritiba que recebem R$ 1 650 por ano. Vejam que em relação ao PPV, os times da B - que fazem parte do Clube dos 13 - entram no ranking de torcidas junto com a A.

A Série B recebe um pacote que soma valores da TV aberta e fechada e PPV e tem uma divisão igualitária entre os clubes. Assim o Náutico ganha igual ao Icasa (o que já me parece um erro e uma contradição).

Na B cada clube recebe R$ 800 mil (Oitocentos Mil Reais) por ano. Então os clubes que pertencem ao Clube dos 13 tem uma vantagem grande sobre os demais. O Sport, por exemplo, vai receber R$ 5,5 milhões pela TV aberta e fechada, R$ 1.650 pelo PPV e mais a cota dos clube da Série B. Sendo assim, Sport vai receber quase R$ 8 milhões, 10 vêzes mais que os clubes da B que não pertencem ao Clube dos 13.

5 comentários:

  1. Nossa wilson, muito bom esse post. Como vc mesmo disse, fazer ou não fazer parte do clube dos 13 faz uma diferença enorme na série B.
    Agora o que me deixa encabulado é uma economia do tamanho da brasileira, com o futebol tendo uma dantesca importancia cultural ( e consequentemente economica) não conseguir cotas de TV que se aproximem das pagas na Europa.
    Por outro lado, outro dia li algo sobre o patrocinio do Boca Juniors pago pela LG para a temporada 2010,U$ 2.500.000,00/Ano, o que é muito pouco para uma marca como a do Boca.Imagino como deve ser essas cotas de TV na Argentina.

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  2. Outra observação, não vejo justificativa para as duplas Grêmio e Internacional e Atlético e Cruzeiro receberem menos que o Santos, não vejo mesmo.

    Wilson,

    quanto recebem Avaí,Atlético-GO e Grêmio Prudente?

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  3. Wilson, eu sempre achei que até 1986 não havia muita diferença econômica e administrativa entre Vila Nova e Goiás, única coisa que diferenciava os dois era um apaixonado que cuidava do Goiás como um patrimônio seu.
    A partir de 1987 essa diferença cresceu muito por conta da receita proveniente das cotas de tv.
    Sempre falaram que o Goiás é um clube organizado, com uma baita estrutura física, uma das melhores do Brasil.
    Com os acontecimentos recentes envolvendo o Raimundo Queiroz eu vejo de outra maneira, é um clube desorganizado, sem fiscalização eficiente do conselho, sem alguém que saiba gerenciar o futebol e que vive de indicações de treinadores.
    Sobre estrutura física acho que isso não ganha campeonato, tem que ter elenco capacitado para isso.

    Te pergunto, a diferença entre Vila Nova e Goiás está só na receita financeira, ou tem algo a mais?

    Só para você saber fui aluno seu no Objetivo e recentemente te mandei um e-mail, desde 1980 estou nesse vício chamado Vila Nova.
    Algum dia seremos um time grande de série "a" ou nossa posição geográfica não vai permitir isso?

    Willian D. Naves,

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  4. Leonardo, não tenho os números oficiais, mas o que apurei foi isto

    Atlético-Go R$ 3 400 / ano
    Avaí R$ 6 000/ano

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  5. Willian é prazer saber que vc foi meu aluno. Bom a diferença cresceu muito a partir da entrada do Goiás no Clube dos 13. Mas não é só isso eles também foram mais competentes ao longo dos anos. Sempre se achou que o Hailé fazia a diferença pelo dinheiro, mas hoje percebemos que a diferença estava na soma do dinheiro com a competência para lidar com futebol. E ele é do ramo.
    Hoje o Goiás já não é o mesmo porque o futebol ficou um negócio muito grande até mesmo para o Hailé. Além disso, há alguns anos o Goiás não tem dirigentes que entendam tão bem de futebol, por isso o bom técnico Hélio dos Anjos, por exemplo, tinha tanto poder.
    O Goiás hoje é um time inflacionado, inchado e que vai ser difícil de arrumar.

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